Na escola e no parque

Ando há meses a tentar compreender porque os adolescentes de 13 e 14 anos, não têm pudor em jogar futebol contra miúdos de 9 e 10 anos. Vibram com cada golo como se fosse a Liga dos Campeões.

Estou a tentar compreender porque só ficam excitados se reunirem os melhores do seu lado a fim de garantirem a vitória. Têm pânico da derrota?!

No parque, na escola é similar. Tardam dezenas de minutos para se organizarem equilibradamente em equipas. Preferem estar parados na esperam que venha alguém e decida. A falta de skills de comunicação presencial não ajuda.

Ninguém gosta de perder.

Todos querem vencer.

Mas vencer facilmente não tem sabor.

A vida está cheia de desafios e a maioria bem difíceis.

Os desafios devem ser progressivos para teres as ferramentas que te possibilitem sobreviver e vencer.

Se és o maior do teu bairro, talvez seja bom que te desafies para seres o melhor da cidade. Se és o melhor da cidade… Que tal o desafio regional? E depois o nacional e internacional?

Após estarem satisfeitas as necessidades de sobrevivência e segurança, surgem na hierarquia as de pertença a um grupo. Depois, talvez seja importante a auto-estima e desenvolvimento pessoal.

Nestas futeboladas jovens, os grandes procuram impor a força para reforço da auto-estima, os mais fracos procuram não a perder e, se aceitarem os desafios, continuarem o seu desenvolvimento pessoal.

Em condições normais, os frágeis que aceitam os desafios, ficam mais fortes a médio e longo prazo.

Mas pelo caminho é necessário que tenham orgulho neles próprios, o respeito dos outros (amigos, família…) e aguentem derrota após derrota.

A solução passa por reconhecerem e serem reconhecidos pelo seu esforço.

Passa por se focarem naquilo que controlam.

Passa por se visualizarem no futuro a superar estes que agora impõem idade e força mas que em breve estagnarão e terão sido apenas um grande muro que os fez crescer e fortalecer.


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